quinta-feira, 28 de maio de 2009

"INTERTEXTUALIDADE: O INTERTEXTO DA CÓPIA"

Andei refletindo desde que tivemos aquela aula sobre intertextos e após ler Ana Maria Balogh, comecei a reparar que o ciclo redundante que causa a intertextualidade é mais presente do que imaginava. Nos últimos meses, entre as leituras dos textos da faculdade, comecei a ler a série de livros “Crepúsculo” de Stephenie Meyer. Interessei-me pela obra após ver a sua versão, ou o intertexto, feito para o cinema. A história de uma família de vampiros que escolhem a úmida cidade americana de Forks, em Washington para morar, empolga pelo romance que o vampiro adolescente Edward Cullen vive com cobiçada Isabella Swan, filha do xerife da cidade. Você pode estar se perguntando por que escolhi falar de Crepúsculo para ilustrar a intertextualidade, mas pasme, a história é recheada de referências de outras histórias, inclusive brasileiras. Lembra-se que em uma outra história, a Bela (como a Bella do livro de Meyer, diga-se de passagem) se apaixona pela Fera. A “princesa” do clássico da Disney é a única a não sentir medo de seu amor, Bella Swan de Crepúsculo também. O livro faz uma relação da história, com o conto bíblico de Adão e Eva. Na capa, uma maçã de cor vermelha-sangue é oferecida por um par de mãos pálidas fazendo uma referência à sede que o vampiro protagonista sente do sangue da amada. Durante toda a história ele luta contra a tentação tal como o casal bíblico. Outro dado interessante de Crepúsculo é o nome da cidade vizinha à Forks, Port Angels. Pode parecer coincidência, mas Porto dos Anjos (tradução de Port Angels) é o nome de uma outra cidade vizinha, de outra cidade habitada por vampiros. Lembra-se de “Vamp”? Pois é, os personagens da novela sempre iam à Porto dos Anjos para fazer compras, resolver outros assuntos por se tratar de uma cidade com maior estrutura. Pode parecer pretensão de minha parte dizer que Stephenie Meyer tenha usado a novela de Antônio Calmon como referência para a sua história, mas se formos pensar no sucesso das novelas globais mundo à fora, isso passa a não ser tão impossível assim. Até procurei saber se há outra história de vampiros que tenha uma cidade próxima chamada Port Angels e que tenha sido usada para seus intertextos em Vamp e em Crepúsculo, mas não encontrei. Os intertextos de Meyer não terminam em Crepúsculo, sua continuação, “Lua Nova”, é uma referência clara à “Romeu e Julieta”, com direito a tentativa de suicídio e tudo. Saindo do universo místico e vindo para o cenário tupiniquim das novelas brasileiras, podemos visualizar centenas de referências, inclusive de autores e suas próprias obras. Muitas vezes alguns autores que tem seu gênero característico, costumam repetir suas próprias histórias e passam despercebidos pelo olhar entorpecido do público. Cito como exemplo Benedito Ruy Barbosa, que com suas obras: “Os imigrantes”, “O rei do gado” “Terra Nostra” e “Esperança” narrou a saga dos imigrantes italianos no Brasil e esta redundância fez com que o gênero se desgastasse, pois “Esperança” se tornou um dos maiores fracassos do horário nobre da emissora carioca. Outro exemplo é Gilberto Braga, que em seus dois últimos trabalhos, simplesmente repetiu todos os personagens centrais. Mas fez isso de uma maneira genial, pois ficou praticamente imperceptível aos olhos do público. Em “Celebridade”, Maria Clara Diniz (Malú Mader) tinha uma “amiga” chamada Laura Prudente da Costa (Cláudia Abreu) que na verdade sempre a odiou e ao lado de seu amante Marcos (Márcio Garcia), michê nas horas vagas, armava altas ciladas para a mocinha. Já em “Paraíso Tropical”, Daniel (Fábio Assunção) tinha um “amigo” chamado Olavo (Wagner Moura) que na verdade sempre o odiou e ao lado de sua amante Bebel (Camila Pitanga), prostituta nas horas vagas, armava ciladas para o bom moço. Notou o intertexto? Mas as semelhanças não param por aí, as duas novelas tinham o ar do mistério de “Quem matou?”, já popularizado pelo autor quando, no final dos anos oitenta, todo mundo queria saber quem matou Odete Roitman, mais umintertexto. Em Celebridade, Lineu Vasconcelos (Hugo Carvana), pai de Maria Clara era assassinado e em Paraíso Tropical quem “bateu as botas” foi a cunhada de Daniel, Tais (Alessandra Negrini). Ambos foram vítimas dos “amigos” em questão, Laura e Olavo. Coincidência? Certamente não. Estes exemplos de textualidade nos fazem pensar que há um lado positivo contido nela. É claro que é preciso ter muito cuidado, pois há uma linha tênue entre intertexto e cópia, mas o intertexto quando trabalhado com a personalidade de seu adaptador, pode dar um ótimo resultado. A prova disso é que a grande parte dos filmes de blockbuster de maior sucesso em Hollywood são intertextos de livros ou de quadrinhos. Cito “A liga Extraordinária” como um belo exemplo do resultado positivo que estas referências podem apresentar. veja um trecho: Questiono se é possível criar algo que não esteja “intertextualizado” com algo que possamos ter vivido, assistido ou sabido. O intertexto está relacionado ao conhecimento de mundo de cada um. Creio que se uma pessoa não é boa em seu intertexto, vai passar seus dias fazendo cópias de coisas que já conhecemos, pois essa separação e discernida através da percepção de quem as consome. Fontes: " " -Ana Maria Balogh Aulas de comunicação comparada Professor Marcio Rodrigo "Crepúsculo - Stephenie Meyer" "Lua Nova - Stephenie Meyer" 23/05/2009

"ANACRONISMO SOCIAL"

Este é um ensaio que fiz sobre a imagem. Este vídeo produzido por mim possui muito do que aprendi nas aulas de "comunicação comparada" do professor Márcio Rodrigo. a grande questão é: voce consegue contextualizar vídeo, audio com o seu conhecimento de mundo? 07/05/09

"tic tac, tic tac, tic tac..."

As luzes de uma sala de paredes de espelho se acendem, uma figura com um conjunto de malha azul a invade carregando um micro system cheio de luzes. Ao se livrar do conjunto, a figura feminina revela-se com seus cabelos penteados à lá Jane Fonda, aquele já conhecido colan rosa e sandália plataforma coberta de purpurina. Enquanto ela se estica alongando seu corpo para começar a dançar, um insistente som de tic tac de um relógio é ouvido ao fundo e vai aumentando progressivamente. Quando já está alto o suficiente ouve-se a voz de Madonna a sussurrar repetidamente: “Time goes by, so slowly...” (traduzindo: o tempo passa tão devagar...). Foi nesse tom que a cantora Madonna lançou “Hung up”, o carro chefe de seu penúltimo CD, “Confessions on a Dancefloor” em novembro de 2005. Na época, no auge de seus quarenta e sete anos, a diva mostrou que desafiar o tempo é seu hobby favorito. Vítima do tabu midiático, que ajudou a manter, de que a beleza, a boa forma e o sucesso andam juntos, Madonna já demonstra saber que seu tempo está acabando. Resta saber qual é a sua relação com esse tempo. Mais uma vez o tic tac do relógio apareceu em seu repertório. “4 minutes” primeira canção divulgada em “Hard Candy”, seu último CD lançado em abril do ano passado, mostra a cantora dançando ao lado de Justin Timberlake e do rapper Timbaland e em um momento da canção imita com a voz o som do tic tac de um relógio. Madonna não é a única a duelar com o tempo, todos nós temos nossos desafios relacionados à ele. A boa forma e a eterna juventude é pauta de interesse da maioria das mulheres e homens de 30 a 60 anos. A prova disso é que os editoriais voltados ao público feminino e masculino desta faixa etária, sempre dão destaque aos avanços da tecnologia e da medicina que permitem o retardo da velhice. À isso se deve a crescente procura das mulheres pelas cirurgias plásticas que justificam seus motivos com superficialidades como supostos defeitos físicos, insatisfação étnica ou até consolo para dor de cotovelo. Mas a questão do tempo contra ou a favor da estética é mais complexa se formos discursar sobre a possível influência da mídia neste processo. Temos uma facilidade incrível de nos deixar seduzir pela imagem. Esse torpor pode ser estudado desde os primórdios, mas podemos citar Hollywood como grande dissipadora dos mitos iconográficos. Para destacar alguns exemplos, podemos relembrar a simplicidade com que Rita Hayworth levava os homens à loucura na pele de Gilda (foto), criando a expectativa de livrar os antebraços de uma incômoda (para eles) luva de seda, também a expressão marcante e com certo ar desdém de Rodolfo Valentino,(foto) podemos reviver a cena de Marilyn Monroe segurando o vestido branco que ia pelos ares enquanto ela fazia caras e bocas ou a sensualidade de Marlon Brando com o peito nu no meio à chuva gritando aos quatro ventos o nome da amada em " Uma rua chamada pecado". Esses são apenas alguns dos personagens iconográficos que ganharam o grande público através do cinema. Eles foram por muito tempo modelos de perfeição para o espectador que espelhava-se em seus hábitos, suas crenças e sua aparência em seus ícones. Essa hipnose resiste nos dias de hoje, mas não se limita ao cinema e se populariza nos grandes editoriais e na TV. Estes ícones ou olimpianos como os chamaria Edgar Morin, já citados no blog pelo Diego, nos entorpecem com a sua “perfeição” e fazem com que desejamos ser a sua imagem e semelhança. Os ícones seriam então as extensões do nosso espelho, ou talvez o nosso desejo remeta que nosso espelho seja a extensão dos ícones da TV, do cinema e de alguns editoriais, pois a maioria de nós pauta a vida para atingir o grau de “elevação” destes ícones com o diferencial de tornar isso o mais perpétuo possível, pois ainda melhor do que ser a extensão de uma Gilda ou de uma Marilyn é manter-se por mais tempo possível nesta condição. A relação do homem com o tempo dificilmente rompe com a questão estética que este tempo traz consigo. E com isso perdemos o real sentido de tempo que envolve experiência de vida. Em uma entrevista à revista VEJA, a atriz Fernanda Montenegro declarou sua posição sobre cirurgias plásticas "Quero envelhecer e ter rugas, fazendo meus personagens". A posição da atriz remete ao que fazemos do nosso tempo. Existem pessoas que utilizam seu tempo para adquirir conhecimento e enriquecer-se intelectualmente, além de trabalhar e se relacionar. Em pesquisa divulgada pela revista de Isto é 28/01/09, estas pessoas são as primeiras a deixarem de lado atividades físicas ligadas à saúde e a boa forma pela “falta de tempo” por acreditarem que dinheiro, carreira, família, lazer e amigos vem em primeiro plano. Já Outras pessoas perdem (ou ganham) tempo extra em academias e clínicas de estética para retardar o efeito do mesmo tempo. A questão é: quem vive melhor? Quem usa o tempo para retardar seu efeito ou quem aceita as suas condições e vive intensamente cada minuto? A resposta é relativa pois ambas são experiências válidas, apenas divergentes. É claro que o equilíbrio seria a melhor maneira de atenuar os exageros causados pelo tempo. Enquanto Madonna aguarda o “time out” (tempo esgotado) fazendo cirurgias plásticas, pulando corda no palco, irritando insistentemente a igreja católica desta vez se envolvendo com um homem trinta anos mais novo que “por acaso” se chama Jesus, Fernanda encara o tempo como uma dura conseqüência: “Envelhecer não é fácil. Nem para a própria pessoa, nem para quem assiste o envelhecer da pessoa.” Apesar disso encara esse processo com tranqüilidade e bom humor, tanto que ao ser questionada sobre a sua posição em relação às cirurgias plásticas, Fernanda é categórica: "Não tenho nada contra. Mas não quis fazer quando mais jovem e agora acho que passei da hora”. Rainhas em territórios completamente diferentes, Madonna e Fernanda têm algo em comum: reconhecem que o tempo acaba, não é à toa que na última turnê da cantora americana, “Sticky & Sweet”, o som do tic tac do relógio esteve presente por cinco vezes no meio de suas canções de hoje e sempre (como podemos notar abaixo no trecho do video de divulgação do DVD da turnê, onde o clássico Vogue foi totalmente recriado, inclusive com sons do relógio). Bem ou mal as duas sabem que seus reinados não rompem a barreira do tempo. Referências: *Cultura de massa : Neurose – Edgar Morin *“Tempo é: dinheiro, carreira, família, lazer, amigos... ISTO É 2046 28/01/2009 – matéria de Eliane Lobato * “Ter ou não ter rugas, eis a questão” VEJA 1777 13/11/2002 – Matéria de Silvia Rogar. * http://www.sescrio.org.br/ FOTOS www.madonnaonlinecom.br jonasnuts.com/144321.html www.icicom.up.pt g1.globo.com/.../0,,MUL84401-7084,00.html 28/04/09

"PROCURA-SE UM HERÓI"

Procura-se um herói com disponibilidade total para salvar a humanidade. É indispensável que goste de desafios, tendo plena convicção que terá em seu caminho pedras e espinhos e saber trilhá-lo com fé e determinação. Pede-se facilidade em se relacionar, cativando multidões pelo dom divino da palavra e um enorme compromisso de livrar seu povo do mal, mesmo que esse mal seja relativo e contraditório por envolver a insuficiência do ter e a falta constante do ser. Deve apresentar coragem para enfrentar de peito aberto a ideologia de um líder tirano que lançou seu povo à desgraça. Não é preciso experiência na função, nem mesmo ser de todo liberal, mas é necessário demonstrar facilidade em lecionar sobre o trato dado às diversidades e estar preparado para ser crucificado pela falácia ferina de um amigo. Também é irrelevante seguir alguma doutrina religiosa, pode-se até ter rompido com ela em algum momento da vida, sendo imprescindível saber utilizá-la a seu favor. Oferece-se contrato de trabalho que pode variar de acordo com seu desempenho e a aceitação de seus seguidores, mais todos os benefícios possíveis para este cargo como reconhecimento e valorização profissional variável de quatro à dois mil e nove anos. A vaga fictícia acima, refere-se ao choque entorpecente a que nos submete os meios de comunicação de massa toda vez que é preciso acalmar os ânimos em algum momento de dificuldade e estimular com isso o sentimento de esperança nas pessoas. Teoricamente, ela foi ocupada no dia 18/01, quando o democrata Barack Hussein Obama assumiu a presidência dos Estados Unidos da América. Pode parecer pretensão apontá-lo como o homem que salvará a humanidade, mas é justamente nesta posição que a humanidade o coloca. Obama deixou de ser o grande homem da suposta maior potência do mundo, para se tornar o super-herói que irá nos salvar da crise financeira. Este poder foi atribuído à ele não só por seu carisma e competência, mas pela insistência da mídia de o colocar nesta posição. Ele é negro, de origem queniana e aberto a discussões, e isso quebra um protocolo de uma cultura racista e imperialista que por anos se arrastava. Junte a isso, o pior governo da história americana que sobreviveu por oito anos à custa de relações tendenciosas, discursos com tom demagogicamente nacionalista e muito, muito sangue inocente. A imagem de Obama quase ficou comprometida quando disputava a corrida presidencial democrata com Hilary Clinton. O pastor Jeremiah Wrigth considerado um pai por Obama, foi a TV e à templos fazer um discurso inflamado sobre a condição do negro e de radicalismo religioso. Era o combustível que seus adversários precisavam para atear fogo em sua campanha. Sabendo de seu favoritismo, tanto Hilary quanto John McCain, candidato republicano a presidência, o crucificaram insinuando sobre as sua verdadeira ideologia religiosa. Ideologia que foi colocada á prova em sua adolescência no seu envolvimento com drogas. Barack representa a esperança americana na permanência no poder. Querem se manter no topo, se livrando da ameaça do desenvolvimento oriental. O mesmo sentimento de esperança foi atribuído ao nosso presidente, Luis Inácio Lula da Silva em 2002 quando ele foi eleito pela primeira vez. Na campanha da oposição, a “namoradinha do Brasil”, Regina Duarte, deu seu depoimento dizendo que estava com medo da eleição do presidente, passou a ser pejorativamente chamada de “apavoradinha do Brasil” e a candidatura de Lula ter o slogam: “A esperança venceu o medo”, mesmo slogan utilizado hoje para definir a vitória dos democratas americanos. Sempre que as coisas não vão bem, a mídia em geral incrusta em nossas cabeças a tola necessidade de nomear um herói nos momentos difíceis. Desde Cristo, buscamos mentores, mestres, gurus, líderes para nos conduzir e representar. Criamos essa necessidade por precisarmos de uma figura viva, de carne e osso, alguém que seja mortal como nós, que sofra como nós, já que Jesus, apesar de ter tido um doloroso destino, nós remete a uma idolatria inteligível. É com base nessa idéia que a mídia se apóia. Mas existem outros interesses embutidos nessa abordagem maciça à esse ou àquele “herói” do momento. Há uma clara intenção de neutralizar nosso instinto de coletividade, o mesmo instinto que perdemos cada vez mais graças ao avanço tecnológico, que nos permite ir para onde quisermos e falar com quem precisamos sem se mover do lugar. Com um “herói” devidamente nomeado para tomar as decisões por nós, podemos viver as nossas futilidades, nossas fantasias e nossa rotina solitária sem ter que se preocupar com os problemas. A maior conquista com essa “comodidade” e a degradação do senso crítico, que passa a ser coletivo e unificado, de acordo do que é transmitidos à nós pelos meios de comunicação. A prova disso é como um suspeito vira assassino sem prévio juízo, de uma hora para outra. Você já percebeu que grande parte dos fatos históricos tem seu personagem principal, ou melhor, seu “herói”? E podemos nomear, idolatrar ou destruir, tudo depende da abordagem que a mídia fazer dele. Os “salvadores” são cada vez mais importantes. Isso pode ser atribuído à preguiça ou a falta de comprometimento do mundo moderno. Estamos acostumados a uma vida morna, digerível, onde se perdeu o interesse de lutar por um ideal. Aceitamos à tudo passivos, pois seja na Terra, ou seja no Céu, sempre teremos “heróis” para eleger, lutar por nós e nos “salvar”. assista a posse de seu novo "herói": fontes Revista Isto é 12 nov 08 Ano 31 n 2036 “TEMOS UM REDENTOR” 82 À 92 “ O AGENTE DA MUDANÇA”95 À 97” http://www.estadao.com.br/internacional/not_int326961,0.htm 19/02/09 http://www.estado.com.br/suplementos/ali/2008/06/08/ali-1.93.19.20080608.7.1.xml vídeos: www.youtube.com 03/03/2009

terça-feira, 3 de março de 2009

"O LABIRINTO DO FAUNO"

O labirinto do fauno trata do imaginário de uma criança em meio ao violento horror da Revolução .espanhola. Refugiada com sua mãe grávida e doente em uma base militar, Ofélia se insere em um mundo de fantasias, acreditando ser uma princesa em um mundo mágico, tendo que passar por algumas provas escolhidas por um fauno, para se acercar de que sua pureza continua intacta. Em meio as suas aventuras mágicas, Ofélia tem que cuidar de sua mãe que padece com a gravidez, driblar a vigilância do padrasto, um capitão austero e violento que vê em sua esposa a única chance de levar seu sobrenome adiante. A historia nos transmite que a imaginação é fator fundamental na construção de uma realidade paralela à verdadeira. Tudo o que acontece tem seu motivo de acontecer, e na maioria das vezes ficamos procurando razões para tudo, uns reclamam, outros se revoltam, alguns buscam apoio em alguma religião e em dogmas pragmáticos. Geralmente as crianças procuram um caminho mágico para suas angustias. A aventura de Ofélia, por exemplo, nos remeteu a uma lição de causa e efeito, a menina passou por três grandes provas, a primeira consistia em vencer seu medo e enfrentar , os desafios de forma transformadora. A segunda, tão importante quanto a primeira, exigia a ela uma disciplina consciente, sem repressão, partindo de seu próprio autocontrole. A ultima prova revelava a Ofélia a necessidade de se sacrificar pelo bem do outro: a renuncia. O filme, campeão de critica, nos faz pensar no quanto somos capazes de criar horrores como o da guerra, que se traduz no ódio induzido ao outro, e como podemos realizar fantasias das mais adversas, criar maravilhas muito além da imaginação.

segunda-feira, 2 de março de 2009

"sonhar é preciso..."

Tendo como pano de fundo a França durante a segunda guerra mundial, Os sonhadores, película de Bernardo Bertolucci narra a relação enigmática, sensual de um casal de gêmeos, com um estudante americano. Amantes da sétima arte os três se envolvem em aventuras e desafios impostos por eles mesmos na busca desenfreada pela superação. Apaixonado por Marie, a gêmea, John, o americano, acaba descobrindo em uma mulher a principio imponente e independente, uma jovem ingênua e sensível, tendo que compartilhá-la com seu inseparável irmão, Theo, por quem nutre um desejo obscuro e é correspondido, pois o rapaz acredita sentir tudo o que a irmã sente inclusive suas idéias e seus sentimentos. Em relação ao contexto histórico, o filme narra a perspectiva dos jovens da época em relação a guerra. Constantemente tendo opiniões adversas, Theo e John chegam a se contestar a respeito de suas posições perante a guerra, pois ambos poderiam estar lutando nela. A racionalidade covarde de John é atribuída por ele crer que só não foi para a guerra por ser um estudante, e o fato de não ir a guerra seria um premio por ele ter um objetivo. Apesar do filme se passar em meados dos anos quarenta, essa idéia ainda é bem atual. Na recente “ocupação” americana no Iraque, por exemplo, só são recrutados aqueles americanos que não tem um plano para o futuro. Ás vezes não tem esse plano por falta de oportunidade, e acabam sendo utilizados como escudo, obrigados a “defender” a pátria. Já no outro personagem, Theo, é possível identificar seu enorme fascínio pela revolução. Acredita que a policia não passa de um instrumento de opressão por parte do Estado. Mas no fundo Theo acaba demonstrando certa fraqueza em ser o que diz ser, pois apesar de seu espírito revolucionário, demonstra covardia em arregaçar as mangas e ir a luta pelo que acredita. É assim que somos, nos dizemos revolucionários, liberais, isso e aquilo mas acabamos sendo membros passivos de uma sociedade viciosa onde quem manda é o que tem mais. Em síntese, o filme Os sonhadores serve para refletir-se sobre o nosso papel no sistema, quando deixaremos de aceitar uma sociedade em que não acreditamos simplesmente por elas nos dar regalias por sermos mais favorecidos de oportunidades do que outros? É necessário olhar para o outro, enxergar suas necessidades, e pensar no bem coletivo, acolhendo o outro como se fossemos nos. E principalmente, deixar de ditar mitos que vem de séculos e só servem para estreitar relações pessoais.

"ELEPHANT"

O dia em um típico colégio americano pode nos revelar grandes surpresas. Um jovem fotografa os colegas para um trabalho experimental. Uma jovem feia é perseguida pelos colegas e pela professora por não querer usar short em sua aula de educação física. Um belo rapaz, capitão do time de futebol americano, caminha pelos corredores com sua bela namorada, uma líder de torcida, em quanto um grupo de garotas a invejam e vão ao banheiro para mais uma sessão de bulimia grupal. Um garoto é atormentado por colegas na sala de aula simplesmente por querer prestar a atenção na professora. O filme de Gus Van Sant poderia ser considerado mais um besteirol americano não fosse sua linguagem diferenciada, sua narrativa desordenada cronologicamente, e seu trágico desfecho. Elefante reflete o fracasso de um estilo de sociedade que tanta gente aponta como ideal. As semelhanças com um besteirol não é por mero acaso, os americanos são assim mesmo. Um poderoso capitão de futebol, seus comparsas, sua namorada, líder de torcida invejada por ser linda e popular, o garoto aloprado por marmanjões, a menina feia e desrespeitada e por ai vai.. Essa é base da narrativa da vida dos jovens americanos. Uma fase da vida cheia de escalas sociais, as quais, ninguém sabe onde vai estar. Não é a toa que cada vez mais jovens americanos aloprados se revoltam com sua condição e acabam agindo com revolta em relação a sua condição, surtando e pondo a vida de inocentes na mira de suas escopetas. Não querendo justificar esse ato de pura violência e covardia, mas a sociedade americana e tão patética e hipócrita que nem mesmo eles em seu intimo se suportam. Pregam escalas sociais dentro até de suas próprias escolas, criando cidadãos repressivos e anulados programados para pensar que é bom pra eles e mais ninguém. O filme nos faz pensar no que adianta ser potencia financeira, se não há uma chance para as pessoas serem e pensarem o que são e como são. Matar o egocentrismo americano e algo muito importante principalmente para eles mesmos, pautar suas vidas no que somos não no que parecemos.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

ADORO FUTEBOL...

Adoro futebol, principalmente as comemorações dos jogadores,acima, Cristiano Ronaldo apontado como um dos maiores jogadores de futebol do mundo comemora!!! AH SE ELE QUISESSE FAZER UM GOL LÁ EM CASA... hehehe

IDENTIDADE MUSICAL

Houve uma época, que bastava escutar uma canção para se sentir como as coisas iam. Geralmente os compositores tinham uma preocupação especial com as mensagens transmitidas às pessoas que iriam ouvir a sua obra. Passamos por momentos difíceis e musicas eternizaram-se e fizeram parte do contexto histórico de sua época. Hoje, música é status, e para muitos, você é o que você houve, a musica virou sinônimo de personalidade. Portanto se você curte Funk, Mamonas assassinas, É o tchan, mesmo que seja em determinados momentos, você é um porco sexista relativo à um nada. Se você gosta de dançar e curte os eletrônicos do Fat Boy Slim ou as canções pegajosas (e deliciosas) de Ana Carolina então é tão pior quanto, no segundo caso só se salva por se tratar de uma artista nacional, porque MPB é hype. O juízo do gosto já foi estudado a finco por muitos filósofos, mas não precisa ser um pensador para identificar que é muito fácil classificar isso ou aquilo como bom ou ruim a partir do que nos agrada pessoalmente, já notou que os nossos gostos sempre são melhores do que o dos outros? Usamos isso tudo para nos colocarmos em uma posição burra de superioridade. Inútil, o que define o melhor do pior é a humildade e o respeito com que se lida com isso. Difícil é conhecer o diferente sem se deixar levar pelo “ouvi falar”. Só podemos dizer que não gostamos de algo após consumir aquilo de todas as maneiras possíveis e se não nos interessa, não nos cabe julgar, cada um é livre para viver com suas escolhas e temos o dever de respeitar o livre arbítrio de cada um. Já passamos pela ditadura e as canções que fizeram sucesso na época pregavam a liberdade que teimamos em censurar. Portanto se você gosta de Funk, de samba, de axé, de rock, de pop ou de forró, se joga! Muita gente morreu para que você tivesse o direito de escolher o que é melhor para você.

E FIM...

Sempre que terminamos um relacionamento procuramos justificar o motivo atribuindo culpa aos defeitos do ex-amor. Seja um fim amistoso ou traumático, a culpa nunca é nossa, do nosso orgulho, da nossa mania de idealizar o homem ou a mulher perfeita, dos nossos próprios defeitos. Precisamos de um culpado para não demonstrar que vivemos numa época de sentimentos banalizados. Não precisamos de muito para começar um namoro e menos ainda para terminá-lo. Como já disse aqui, todos dizem eu te amo, a frase da moda. Nada contra a modernidade de sentimentos. Participo dessa transformação e acredito que poucos da minha geração conseguem fugir dessa forma de viver a vida. Beijar na boca é muito bom, transar com alguém por quem sentimos desejo é melhor ainda e apesar disso não ser nada perto de um sentimento verdadeiro, reconheço essas necessidades. A questão é se podemos amar sem viver do desejo, do beijo na boca. O ideal seria que sentíssemos isso pela pessoa amada, mas na prática não é bem assim que as coisas funcionam, principalmente nos dias de hoje. O desejo sempre vem por aquele amigo de longa data, daquele primo e as oportunidades surgem sempre na hora errada, quando temos alguém legal passando pela nossa vida. Na verdade isso é a vidas nos testando e analisando até aonde somos capazes de ir pelo instinto. O que nos resta é viver uma vidamedíocre mantendo a pessoa que amamos na mentira enquanto giramos no círculo das paixões ou tomar mais coerente que consiste em tomar a decisão de transformar defeitos em motivos para o fim. Quem dera se tivéssemos coragem de dizer que estamos terminando um relacionamento por querer transar com fulano ou beijar beltrano. Deixamos de fazer isso com medo do que vão pensar, mentimos por medo de sermos julgados. E magoamos, sempre!

EU FAÇO RÁDIO E TV!!

Eu faço Rádio e TV! E tenho orgulho da minha decisão. Pasme, mas é difícil para muita gente entender e aceitar isso com naturalidade, inclusive no meio. Muita gente torce o nariz quando digo que faço esse curso, sem contar os desavisados que acham que vou ganhar a vida concertando eletrodomésticos. A atitude de fazer este curso foi tão madura para mim, que a opinião alheia não me atinge nenhum pouco. Uns falam do difícil mercado como se eu não fosse capaz de conseguir entrar em alguma emissora de rádio e TV ou engatar algum de meus projetos pessoais. O mercado é desculpa para a nossa preguiça de realizar nossos sonhos e concretizar nossos ideais, do nosso medo de não termos talento. Penso que o mercado só contrata os melhores e posso não ser o melhor, mas estou muito perto. Tenho certeza que se eu me dedicar, se estudar e me comprometer seriamente com meu aprendizado, serei sim o melhor. Afinal, acreditar é o primeiro passo, a primeira porta. Vejo vários amigos abandonando cursos que amam por medo. Vão estudar graduações que permitem mais contratações (pelo o que dizem) e anulam seus ideais pelo caminho mais fácil. Outros põem a culpa no retorno financeiro, quando dinheiro deveria ser consequência e não causa. Têm outros que tem certo poder aquisitivo e podem se dar ao luxo de tentar e experimentar, mas muitos não valorizam a experiência e não levam a sério e são esses que me incomodam particularmente. Cada um sabe de si e não pretendo passar sermão em ninguém. Esta é minha chance de me profissionalizar e ser alguém na vida e gostaria que houvesse respeito da parte de quem pretende outras graduações no futuro. Adoro brincar e dar risada, mas como diz o poeta: “rir de tudo é desespero”.

AMIZADE...

PARA LÉO... Você já conversou com alguém olhando direto nos olhos e se sentiu abraçado e envolvido em uma aura de verdade e conforto? Já pensou no quanto é falho com as pessoas ao ver alguém que é tudo o que você não é? Já teve alguém para se anular e compartilhar com você naquele momento chato ? Então você tem um amigo! (o meu é o da foto) Amigos são aqueles que por mais distantes que estejam, sempre estão presentes em alma. Aquele que não esquece da época em que você não era egoísta e por mais você tenha mudado, para o mau, gosta de você da mesma forma. Tenho a sorte de ter gente assim do meu lado. Gente que apesar da minha individualidade e solidão opcional, gosta do Jacques que se perdeu há anos. Gente que vai me amar e gostar de mim do jeito de sempre e para o resto de minha vida e não se importem como eu sou agora porque conhecem a minha essência. A maioria das pessoas que me conheceram há pouco tempo devem me achar um porre, não é para menos, sem falsas modéstias sou chato e estressado mesmo, gosto tudo do meu jeito e teimo quando não são. Demora muito para gostar de mim. Quem restar pode ter certeza: Vai ser para sempre!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

BALANÇO: A FAVORITA

A terceira novela de João Emanuel Carneiro na Rede Globo cumpriu seu papel com muita dignidade. Na verdade o autor conseguiu manter com “A Favorita” o relativo sucesso que havia feito em suas tramas anteriores: “Cobras & Lagartos” e “Da cor do pecado”, campeões de audiência do horário das sete. A trama das oito mostrou que o público ainda não esta preparado para uma nova linguagem da teledramaturgia brasileira, mudança que a cada dia se faz mais necessária, visto que, os telespectadores estão migrando para outras mídias e a novela está ficando desgastada e retrógrada. A linguagem adotada pelo autor de não revelar a verdadeira vilã no primeiro momento da trama foi determinante para que o público escolhesse a sua “Favorita” e a sustentasse até o final, fosse ela boa ou má. Tanto que mesmo após Flora mostrar sua cara, havia quem jurasse que a novela teria uma nova virada e Donatela seria apresentada como a verdadeira vilã. A novela foi palco para tramas paralelas bem elaboradas, mas infelizmente com conclusões não tão convincentes. São vários os exemplos, um deles foi a história do político Romildo Rosa (Milton Gonçalves), que no início da trama mandava matar, desabrigar humildes e traficar armas nas horas vagas acabou se arrependendo e se entregando à polícia após ver a sua filha Alicia (Taís Araújo) entre a vida e a morte, nada contra o arrependimento, todo mundo tem uma segunda chance, mas não se tem uma mudança repentina de personalidade de uma hora para a outra. Teve também o caso dos personagens homossexuais, cada vez mais freqüentes no horário nobre, que decepcionaram, Orlandinho (Iran Malfitano) iniciou a trama apaixonado por Halley (Cauã Reymond), no decorrer da trama, casou-se com Céu (Déborah Secco) para manter as aparências e entre uma escorregada e outra, acabou se apaixonando pela esposa, uma prova viva dos chamados ex-gays, defendidos com todo o fervor por igrejas evangélicas. Já a lésbica Estela (Paula Burlamaqui), tanto fez que conseguiu fazer com que a amada, Catarina (Lília Cabral), desistisse de seu casamento e fosse embora com ela para Buenos Aires com a desculpa de “viver novas experiências”. Tudo muito bem insinuado, como as novelas têm a mania de fazer com esses personagens. A favorita mostrou um casal 20 da “Vênus Platinada” mais cansado e desgastado, Tarcísio e Glória tentaram, mas não empolgaram como par romântico maduro da novela. Segundo Tarcísio, a culpa é dos autores das novelas. Em entrevista à Revista “Minha Novela”, o eterno galã reclamou de não ganhar melhores papéis devido à sua idade. Ao contrário de Tarcísio e Glória, outro casal deu muito certo na novela, Cauã Reymond e Mariana Ximenes atearam fogo na trama com a sua relação explosiva. Apesar da atriz amargar mais uma rejeição do público a um personagem seu (como ocorrido com as suas: Raíssa de “América” e Bel de “Cobras & Lagartos”) ao lado de Halley, Lara, a sua personagem, ganhava cor e principalmente pimenta. Pimenta também foi o ingrediente de outro casal. O polêmico caso de paixão da primeira dama da fictícia cidade de Triunfo, Dedina (Helena Ranaldi) com o Damião (Malvino Salvador) líder sindical e melhor amigo do prefeito Elias (Leonardo Medeiros), deu o que falar e resultou na loucura prematura do personagem de Helena e em sua súbita doença. Mais um desfecho decepcionante, porque Dedina depois de vagar como uma mendiga pela cidade sem o auxilio de ninguém, acabou morrendo como a adúltera, enquanto a moral e a dignidade de Damião permaneceram intactas até o último capítulo. Um final machista, não acha? Aos trancos e barrancos, “a favorita” foi uma novela que foi extremamente acertiva no que diz respeito a estratégia, mas pecou por finalizações perigosas e nem um pouco convincente.

FLORA: A FAVORITA DO PÚBLICO

No último dia 16 foi ao ar o último capítulo da novela “A Favorita”. João Emanuel Carneiro, autor da trama, tentou inovar nos capítulos iniciais conduzindo a história com um clima de cinema Noir, onde ninguém sabe quem está falando a verdade. Flora, brilhantemente interpretada por Patrícia Pillar, foi apontada como mocinha injustiçada após amargar vinte anos na cadeia e quando ninguém esperava se mostrou uma vilã ainda mais vil e cruel do que se supunha ser sua rival, Donatela (Cláudia Raia). Apesar da ousadia, a novela perdeu por reinventar e patinou no Ibope nas primeiras semanas. Atingiu o sucesso quando a vilã mostrou a cara e começou a tecer suas intrigas e graças à ela e às suas maldades, “A favorita” seguiu sua missão rendendo uma audiência no mínimo aceitável para o padrão do horário nobre da Rede Globo. Patrícia Pillar deu um show de interpretação. Sua Flora foi tão convincente que nos primeiros capítulos, havia quem colocasse as mãos no fogo pela bela loura de cachinhos dourados. Flora matou Salvatore (Walmor Chagas) para incriminar a rival, matou a jornalista Maíra (Juliana Paes) pela moça saber demais, em uma atuação cinematográfica transformou os últimos momentos do empresário Gonçalo Fontini (Mauro Mendonça) em um autêntico filme de terror. Tudo por um amor enrustido por Donatela, que por sua vez transformou um clássico do sertanejo popular (Beijinho Doce) em uma trilha de suspense. E Flora fez a sua parte segurando o Ibope da trama até o último capítulo, ou melhor, o até o penúltimo, pois segundo o jornal diário “Metro News”, o último capítulo da trama registrou tímidos 48 pontos no Ibope contra 50 do penúltimo. O resultado dos números tem uma explicação, Flora foi desmascarada no antepenúltimo capítulo da novela e no penúltimo houve, a todo tempo, o suspense da ação da megera que passou o tempo inteiro escondida dentro do casamento de Donatela, esperando o momento certo para agir. No fim, Flora acabou não agindo e escolheu a lua de mel da ex-parceira para concretizar sua vingança e talvez isso tenha “esfriado” a expectativa do público. Com erros e acertos, João Emanuel e Patrícia fizeram um bom trabalho e no fim descobriu-se que Flora perseguia Donatela, porque ela era sua favorita, só sua, pois seja boazinha ou seja malvada, Flora foi durante oito meses a favorita do público. FONTE: Metro News

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

ZORRA TOTAL!

Seja bem vindo ao “Zorra Total”, onde rir é melhor negócio! A festa é na favela e a música de abertura já tá rolando solta e como a letra diz: “ ♪ zum zum zum, tá assim de mané, zum zum zum tá chegando mais um ♫” vamos fazer nosso papel de mané (vulgo idiota) e sentar na frente da telinha para rir sem parar um minuto. Vamos começar rindo da garota de programa Lady Kate, que se deu bem na vida, por que conheceu um senador (respeitar autoridade para quê né, nenhum político presta mesmo). Gargalhe com as tentativas da moça de tentar entrar para o high society, amparada por Glauber, seu assessor, que tenta em vão corrigir o vocabulário da pupila, porque ela tá pagando tudo, menos um professor (educação para quê?) kkkkk. Agora você vai perder o ar de rir, é a vez da Nutricionista Gordinha da Zorra atender a mais uma celebridade global magérrima enquanto dá instruções do que pode e do que não pode (por que saúde é coisa séria), a profissional abocanha várias guloseimas hahahahahaha. A melhor parte é quando a personalidade se mostra inconformada com a “dieta” e a nutricionista a chama de gorda (por que estimular o preconceito contra gordos e magros pode!). Se prepare para rolar na grama de tanto dar risada, é a vez do Patrick, ele já tinha fama no programa com o bordão “olha a faca” onde a sua masculinidade era colocada à prova por ele possuir trejeitos afetados, é de morrer de rir, principalmente quando ele partia para a porrada para defender a sua masculinidade (por que a violência é sinal de respeito) hehehehehehe. Atualmente Patrick defende a sua namorada, a ninfeta chamada por ele de gostosa Abadia, do aproveitador Bodão. No quadro o vilão tenta corromper a ingênua e infantilizada moça (seria um incentivo subliminar à pedofilia) enquanto engana o não menos ingênuo Patrick. Patrick me lembra um outro personagem do mesmo programa, também hilário não lembro bem o nome dele (É claro! Esses personagens são tão importantes em nossa vida...) mas enquanto seu pai falava de sua macheza, entrava em cena gritando: “PAAAPPPIII” (porque gay é sinônimo de afetação, principalmente na TV), era muito divertido, melhor ainda quando o pai dele encerrava com a frase: “Onde foi que eu errei” (como se filhos gays fossem frutos de algum erro dos pais), simplesmente hilário hauahauhauhauahuhaua. Agora no interior do pais, acompanhamos a trajetória do caipirinha Nerso da Capitinga em fazer Rosinha passar para o seu lado da cerca. O engraçado é que Rosinha está nua do outro lado da cerca (qual é a graça da nudez?) e se Rosinha a atravessasse, o sertanejo poderia ver a jovem nua (isso nos dias de hoje, que basta ligar a televisão) rs rs rs rs rs. Depois de muitas tentativas sem sucesso, Nerso se zanga e vai embora (porque mulher não tem que se dar o mínimo valor!) deixando Rosinha semi-nua, sozinha em cena. Zorra acaba deixando gostinho de quero mais (lapidando nossa condição de imbecil), semana que vem tem mais! Agora vamos falar sério! Pare de rir e olhe para trás, você acabou de rir de problemas sérios que na base da brincadeira são estimulados pelo principal programa de humor da principal emissora do país! Você de desafios como o fantasma do analfabetismo e da obesidade que, para quem não sabe, é uma doença muito séria. Você se divertiu com o desrespeito aos políticos sérios que não merecem ter a sua imagem associada à chacota feita àquela banda podre da política, isso sem contar ao desrespeito às mulheres que não passam de objetos sexuais e aos homossexuais que são retratados por personagens que só atrapalham nas suas lutas por igualdade, justiça e respeito. Você gargalhou, mas não percebeu do problema da pedofilia, onde uma mulher fazendo se passar por criança, com roupas curtíssimas cede brinca com coisa séria. Parabéns! Você está mais feliz agora? Depois de tanto preconceito, tanta banalidade você ainda aceita a ser chamado de mané, em rede nacional. FOTOS^ divulgacao

domingo, 11 de janeiro de 2009

SE JOGA PINTOSA

Elas são divertidas, rápidas nas respostas, estilosas e glamourosas e com muito bom gosto, sabem admirar o que é belo. Arrisco dizer que algumas delas são exímias artistas. O que seria do mundo gay, se não fossem as “pintosas”. Pelo fato de não terem medo de mostrar quem são “dão pinta” e pagam um alto preço por isso, por serem o principal alvo do preconceito, seja no trabalho, na família, no bairro ou até entre os próprios amigos homossexuais. Isso mesmo, pois existem gays que se acham “menos gays” que os outros e criticam a liberdade do outro. É! Preconceito é preconceito para qualquer pessoa, seja HT (heterossexual), homo, bi, trans, pan... Sempre que alguém é chamado de “pintosa”, questiona se dá pinta suficiente para receber este título, porque é fato: nenhuma pintosa assume esta condição, são aquelas que fingem não saber ou não perceber que os outros desconfiam e isso é muito positivo, por quê elas são honestas com a sua condição, sem se rotular, pois o que determina o que eu sou, meu rótulo ou minha personalidade? Digo aqui “pintosa” não para segmentar o gay e incentivar este rótulo, mas para homenagear estas pessoas que fazem jus a sua condição homossexual e representam a prova viva de que o caminho da felicidade está em ser o que se é! Está em ser honesto consigo mesmo e com os outros sem medo do que as outras pessoas vão dizer! Viva as pintosa!! E como diria “aquela” Drag Queen: “♪Se joga pintosa, põe rosa ♪”. FOTO: Lucky Pintosa

ONDE ESTARÁ O NACIONALISMO BRASILEIRO?

No último dia 07 assisti a um filme na TV que me despertou para uma reflexão, acredito que você já ouviu falar dele, chama-se “Turistas”. A película norte americana causou polêmica quando estreou nos cinemas brasileiros há dois anos, por abortar o tema do tráfico mundial de órgãos na Amazônia. O filme mostra um Brasil desconhecido da maioria da população, um Brasil composto de bandidos, de gente que maltrata americano (?) e que supõe que o trafico de órgãos no país, alimenta a nossa população. Mas o problema não está no filme, este não é o primeiro e nem será o último equívoco de Hollywood com nosso país. E para falar a verdade não vou ficar aqui desmentindo o filme, até porque é claro para todos nós que se como o filme supõe, nós maltratamos estrangeiros, a população não seria composto por filhos, netos e bisnetos de imigrantes. O problema está na apresentação do filme no país. Há dois anos, os cinemas lotaram, todos queriam ver aquele filme americano que cita o Brasil, tanto faz se falando o importante é que estávamos em Hollywood. E no último dia sete, a Rede Record apresentou o filme como um grande sucesso do blockbuster americano, sucesso esse que foi feito por aqui, pois a bilheteria patinou no mundo todo. Às vezes tenho inveja da Índia, que produz o seu próprio cinema que é ovacionado e valorizado pelo seu povo e aclamado pela crítica mundial pela sua sensibilidade. O Brasil peca por não ser nacionalista. Se tivéssemos mesmo o orgulho que dissemos que temos do nosso país, sabotaríamos um filme que fala mal e diz mentiras de nossa cultura, e sequer permitiríamos que ele fosse transmitido pela TV aberta. Não estou falando de censura, estou falando de postura crítica, que falta muito em nós. E essa falta de amor pelas nossas tradições ultrapassa as barreiras do cinema, consumismos a cultura americana como um espelho no que queremos ser, amamos a música estrangeira e não nos damos a oportunidade de ao menos conhecer a nossa música. E quando fala em música não incluo os hits (funk, axé, pagode e afins), mas as canções que fizeram de Roberto Carlos rei, das canções de Caetano, Gil, Bethânia, Chico... que tinham todo o sentimento nacionalista e que custou a liberdade destes artistas, da Bossa Nova, do samba de raiz... Não digo que é preciso gostar de tudo isso, mas que é obrigação de qualquer brasileiro conhecer, ah isso é. Uma explicação plausível para este desinteresse, poderia ser desilusão do brasileiro com a política, com a violência, mas devemos refletir que somos responsáveis por todos os nossos problemas, e está em nossas mãos a mudança. Fico pensando se um dia nós seremos nacionalistas. se resgataremos aquele importante sentimento que começou a se perder na ditadura militar. Fonte: www.e-pipoca.com.br

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

QUEM DÁ MAIS

Você pagaria 10 reais por uma bala? Quem sabe 50 por um par de meia? Talvez 80 por uma barrinha de chocolate?O fato é que há quem compre! A questão é: porque tem demais ou por que não dá valor ao dinheiro? Comecei a pensar nisso no último dia 20 de dezembro, no estádio do Morumbi, onde assisti ao show da cantora Madonna em São Paulo. Se soubesse que tudo seria to caro tinha levado um lanchinho de casa. Um saco de pipoca ou um pacote de salgadinho que não chegam a dois reais, no show era vendido cinco reais, com troco máximo de vinte reais. A água, que do lado de fora do estádio era vendida a um real, custava três. E o lanche natural, que pagamos no máximo quatro reais, lá era vendido a oito, eu disse oito reais. Mas o absurdo maior foi o da máfia da capa de chuva. Do lado de fora do estádio, mascates vendiam duas capas de chuva por cinco reais. Preço bem salgado se levarmos em conta que estas capas não passam de saquinhos de lixo. Já dentro do Morumbi o preço era de cinco reais cada, mas quando a chuva começou a ameaçar a cair, o valor subiu para dez reais. No fim, a chuva não veio e quem comprou o “saquinho de lixo” ficou no prejuízo. Quando questionada pelo alto valor dos produtos dentro do estádio do Morumbi, uma das vendedoras do local justificou que o valor é atribuído a uma tabela pré-estabelecida pelos diretores do Morumbi. Uma dúvida fica no ar: se este é mesmo o valor das coisas no Estádio do Morumbi, será que é com este dinheiro que o São Paulo faz as suas contratações milionárias? Será que não há um outro recurso de renda que não prejudique o bolso dos freqüentadores do espaço? Ou será que o alto valor dos produtos foi atribuído ao fato dos fãs da cantora Madonna terem desembolsado o mínimo cento e sessenta reais para ver a diva? ilustração: Fotosearch

QUEM FINANCIA O NATAL?

Você já reparou como a cidade de São Paulo está lindamente iluminada neste fim de ano? No Parque do Ibirapuera a já tradicional árvore de Natal passa dos setenta metros de altura, além da maioria das árvores de dentro do parque estarem cobertas de lâmpadas. Na Avenida Paulista, vários endereços já estão no clima natalino, alguns investem até em neve artificial para atrair mais espectadores. Mas a questão é: você já reparou quem financia tudo isso? Quem promove os momentos felizes do Natal para o paulistano? A resposta é clara. Os endereços enfeitados na Avenida Paulista são do Banco Real, do Itaú Personalité e do Bradesco, alguns dos maiores bancos do país. Já na árvore do Ibirapuera e possível ver quase que subliminarmente entre as estrelas e as bolas de Natal o símbolo de outro banco, o Santander. È notável que todas estas instituições financeiras proporcionam à família paulistana momentos de felicidade e entretenimento, mas é preciso que todos nós tenhamos uma postura crítica em relação às suas verdadeiras intenções. Os mesmos bancos que enfeitam a cidade declarando amor à ela, faturam alto com juros abusivos e com uma tal de tarifa de cadastro, criada estrategicamente para suprir o rombo causado em seus faturamentos com o fim da CPMF. Isso prova que cada vez mais o Natal é relacionado ao consumismo exagerado e a subordinação à roda do capitalismo. Quem financia estes eventos natalinos somos nós com a contribuição que damos anualmente aos bancos. Portanto, aproveitem! Vão ver a árvore do Ibira. Vão passear de mãos dadas pela Paulista. Só não deixem se levar pela balela dos bancos de fazer isso pela cidade, por que com todos esses eventos o que eles mais desejam é ter você como cliente e garfar parte do seu orçamento com taxas e tarifas astronômicas! Fique ligado.

O SHOW

São 02:30 da manhã do dia 21/12/08 e acabo de chegar da segunda noite de show da cantora Madonna em São Paulo. Quem me conhece sabe o quanto eu sou fissurado pela diva e das loucuras que fui capaz de fazer para conseguir um ingresso para o show (entre elas, deixar o namorado na fila para mim enquanto eu ia trabalhar). O fato é que assisti ao show, um pouco longe para o meu grau de fã, mas assisti e te digo: faria tudo de novo. A mulher parece que vai se partir no meio a qualquer momento. Sticky & Sweet não foi só uma turnê de divulgação do álbum “Hard Candy” de Madonna, foi um espetáculo de artistas das mais diversas áreas que mostraram seu talento em duas horas cravadas. A rainha reinou absoluta com canções de hoje e sempre, enquanto seus dançarinos iam do slow motion à velocidade da luz com uma propriedade única. Os músicos mostraram seu profissionalismo indo do black ao rock, passando pelo gipsy, pelo pop, pelo dance e pelo hip hop. Os técnicos trabalhavam para que os telões andassem, subissem descessem, deslizassem pelo palco de acordo com o contexto do momento. Também para que o mini-palco redondo à frente da passarela, se partisse em três e elevasse rainha como um pedestal. Tudo com muita cor, os canhões de luz inclusive davam um show à parte iluminando os dois enormes M´s que se dispunham nas laterais do palco. E as projeções? Clipes a partes produzidos por competentes profissionais de audiovisual, os telões viraram bala, soletram palavras das canções, apresentavam convidados como Kannye West, Britney Spears, Pharrel Willians, Timbaland e Justin Timberlake. Os corações dos fãs bateram no telão ao som de um dos novos hits. Um dos momentos mais marcantes foi quando em um telão em formato cilíndrico envolveu Madonna e água era projetada neste telão, como se ela estivesse no meio da chuva. Mas a chuva só ficou no telão porque a vinte minutos de começar o show, “Pedrão” deu um tempo na garoa grossa que incomodava aqueles que, como eu, não tiveram coragem de comprar uma capa de chuva (que mais parecia um saco de lixo) por dez reais. Mas a chuva foi-se embora e vieram as estrelas, junto com a mais brilhante delas: Madonna. A diva demonstrou-se satisfeita durante todo o show, até porque, nós arrasamos na empolgação. Tanto que quando ia começar a cantar “You must love me”, single do musical “Evita”, começamos a gritar “te amo, te amo, te amo”, e Madonna emocionada e agradecida, um tanto quanto egocêntrica, pediu um momento a banda para dizer que estava feliz em terminar sua turnê em São Paulo, por que nós somos os melhores (UUHHHUUU!!). O saldo final foi: duas pernas doídas, pouquíssima voz (voz pra que? O show já tinha acabado) e um sentimento inexplicável unido á um contentamento inesquecível. Madonna não é cantora, não é atriz, não é dançarina. É uma artista, que serve de vitrine para outros artistas e que nunca será igualada. Obrigado Madge!! Volte logo, mesmo que seja daqui a quinze anos... assista um trecho no novo single:

O NEVOEIRO

Julgando assim pela capa do DVD, o filme o nevoeiro demonstra ser apenas mais um filme de terror. Essa idéia permanece no espectador até que a película adaptada do best seller de Stephen King começa a atrair o interesse através de uma série de acontecimentos bizarros em uma pequena cidade serrana. A trama gira em torno de um grupo de pessoas que ficam presas em um supermercado após um estranho nevoeiro tomar conta das redondezas. Todos que se aventuram a passar pelo fenômeno acabam mortos por uma estranha criatura. Mas a o ponto forte do filme e quando uma beata fervorosa começa a pregar a bíblia em meio à série de fatalidades que ocorrem atribuindo a culpa das mortes àqueles que não seguem a palavra. No auge do desespero, todos começam a se “converter” e a seguir fervorosamente à beata enlouquecida. O filme mostra, o quanto nós somos suscetíveis ao medo e fracos ao tomarmos uma decisão. Geralmente seguimos a idéia ou tomamos uma decisão mais provável dos acontecimentos, e que nem sempre está correta. “O Nevoeiro” decepciona em seu desfecho, mas nos faz pensar sobre o poder da palavra e o quanto nós somos frágil a ela. Boa pedida.

ORLANDINHO QUEM DIRIA...

Quando a novela “A favorita” estreou em junho, Orlandinho, personagem do ator Iran Malfitano na trama das oito, esbanjava testosterona envolvendo-se com as mulheres mais belas da cidade. No decorrer da trama, a ligação misteriosa do rapaz com Halley, personagem de Cauã Reymond fez com que o público descobrisse que tudo não passava de uma forma de ocultar o seu eu verdadeiro. Rico e influente, Orlandinho aproveitava-se da ambição do amigo para “tirar uma casquinha” dele e se iludia em ter um relacionamento sério com o rapaz. Por amor à Halley, Orlandinho foi capaz de assumir seu filho e casou-se com a bela Céu, interpretada por Déborah Secco, para que ela não incomodasse o moço. Hoje, na reta final da novela, o personagem começa a demonstrar uma “recaída” se sentindo atraído pela sua amiga-esposa e há quem diga que os dois têm muitas chances de terminar a história juntos. Há uma grande responsabilidade nas mãos de João Emanuel Carneiro, autor da novela em definir o desfecho destes personagens na trama. Visto que a grande maioria dos telespectadores de telenovela refletem suas vidas nestas tramas, a idéia de transformar Orlandinho em um ex-gay é, no mínimo perigosa, principalmente neste momento em que a causa gay passa a ser assunto discutido através das repercussões destes personagens principalmente nas novelas das oito. Não digo que isso seja impossível, um gay se apaixonar por uma mulher e com ela viver uma história de amor, pelo contrário, tudo é possível quando se envolve sentimento, mas muita coisa precisa ser mostrada sobre o homossexual na TV antes desse lado da história ser abordado. O público pode mal interpretar a história de amor de Orlandinho e Céu e pode crer que para deixar de ser gay basta se envolver com uma bela mulher. Esta abordagem prejudica a vários jovens em busca de sua identidade que passaram a serem pressionados pela falta de compreensão daqueles que o cercam, principalmente os mais conservadores. Resta-nos esperar que Carneiro tenha a sensibilidade de enxergar a importância de sua decisão e dar um final que vá de encontro à atual realidade do homossexual no país, por que o papel da novela é ajudar a sociedade a refletir e não confundi - lá.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

"A INDÚSTRIA DO SENSACIONALISMO MIDIÁTICO"

Os veículos de comunicação de massa estão submissos à uma classe cada vez mais crescente, a da indústria do sensacionalismo midiático, onde vende-se temas pautados na violência, na exploração da miséria humana e no sexismo subversivo, em troca de olhares atentos a tudo que é oferecido. Mas devemos refletir sobre a responsabilidade da audiência nestes enfoques e qual é o principal propósito dos meios de comunicação em apresentá-los. Partindo do princípio que um produto só permanece no mercado quando há um consumidor que o utilize, podemos, no caso do sensacionalismo midiático, atribuir a responsabilidade aos excessos cometidos pela mídia, em parte aos telespectadores. Se não houvesse um expressivo retorno ao espetáculo violento, desigual e exagerado do ser humano pelos meios de comunicação, não haveria este espaço ascendente. Inconscientemente a audiência se sente atraída pelo drama do outro. Cria-se uma expectativa mórbida, camuflada de solidariedade, sobre o desfecho de histórias que mexem e dividem a população. Um exemplo foi a cobertura e o espaço que a mídia destinou ao caso da menina Isabela, lançada da janela de seu quarto, por seu pai, no início do ano, em São Paulo. Todos os veículos de comunicação tinham suas atenções voltadas para o caso e em seu desfecho. Esta abordagem criou na audiência um sentimento de sede de justiça. É como se a menina Isabela fizesse parte da família dos telespectadores. É nisso que se apóia a mídia. Na arte de fazer com que as pessoas se coloquem no lugar das vítimas dessas situações. O “caso Isabela” não é um fato isolado na consolidação da massa como ser opinativo e atuante. Houveram casos em que a opinião pública foi chamada à uma excessiva discussão, através das páginas de jornal e de temas dos principais programas de TV, como o seqüestro de Silvio Santos, a trama tecida por Suzane Von Richtoffen para matar os pais e mais recentemente, o seqüestro da jovem Eloá, que teve o trágico desfecho acompanhado ao vivo, em rede nacional. De certo modo, esse processo de identificação pode ser positivo no que diz respeito ao sentimento de comprometimento que é criado na população, pois uma vez atingida por aquela tragédia, ela passa a ser fundamental na resolução do problema em si, através de uma denúncia, por exemplo. Serve também, como alerta para que problemas cotidianos das grandes metrópoles, com seqüestros, assaltos e assassinatos, típicos destes lugares sejam revistos e discutidos. É necessário que haja bom senso, pois o grande problema da mídia é pecar pelo exagero. A repetição e a abordagem sensacionalista atribuída aos fatos acabam por transformar a informação em um produto, que é consumido de forma descontrolada e irresponsável, transformando a dor alheia em uma “novela da vida real” que é assistida até o último capítulo por um público sedento por este espetáculo. Texto acadêmico Produzido dia 28/10/08 para a aula de lingua portuguesa I ilustração: autor desconhecido foto: divulgação "O Globo"

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

MERCADO ASCENDENTE

No fim da década de oitenta e início dos noventa, o público gay tinha uma revista mensal específica, era a “Suigeneris”. A publicação geralmente trazia na capa celebridades, assumidas, enrustidas e afins. Seu conteúdo, além de mesclar entrevistas e matérias sobre o mundo gay, chegou a ter uma sessão de nu masculino explicito. Devido a falta de anunciantes e com um público cada vez mais escasso, a revista simplesmente deixou de existir. A sua principal sucessora foi a “G Magazine” que apelou para o sexo para poder recuperar o público da “Sui”, começou de uma maneira tímida, convidando GO GO boys, garotos de programas, e dj´ s famosos da cena gay brasileira a posarem nus para a revista. No auge da revista, famosos como os jogadores Vampeta, Dinei, os atores Nico Puig, Rodrigo Phavanello e os cantores Roger (do grupo Ultrage a Rigor) e Latino, mostraram tudo nas suas páginas. Mas o formato se desgastou e passou a atingir o também o público feminino, afastando os leitores gays que clamavam por mais conteúdo. Atualmente, além da “G Magazine” o mercado editorial voltado para o público gay, possui mais três opções neste segmento. A “Junior” é a mais dedicada em conteúdo para os homossexuais, criada pelo mesmo grupo que produz o famoso site mix brasil, matérias que englobam arte, cultura, literatura e comportamento de uma maneira bem descontraída e focada, apela ao sexo, mas de uma forma mais sutil, nada explicito, um tanto o quanto poético. Já a “DOM – de outro modo” tem um formato mais comercial, atinge sim o público gay, mas chama a atenção do público feminino por apresentar ensaios sociais com famosos. A terceira publicação, a “Aimè” também apela para estes ensaios com famosos, mas das três, é a mais sofisticada, apresentando entrevistas inteligentes e um conteúdo milimétricamente pensado e desenvolvido para o público homossexual. Pelo visto, as publicações editoriais voltadas para este público só fazem crescer, e quem ganha com isso são os próprios gays.

O NOVO HOMEM DE MADONNA

A diva Madonna mal se separou e já está de novo amor, e há quem diga que o novo affair foi o pivô de sua separação. Quem vê Alex Rodriguez assim à primeira vista pode achá-lo meio estranho e desproporcional em relação ao gosto brasileiro, mas a questão é que o jogador de basebol e novo dono do coração da cantora Madonna é grande... Muito grande... Diria até que é grande ao ponto de dar medo (a foto, que há semanas atrás foi publicada pelo site madonnaonline.com.br, não me deixa mentir). Seja como for, AD como é conhecido, mexe com os hormônios (pelo menos com os meus), esse tamanho todo... (isso deve lavar uma roupa...) Fonte: www.madonnaonline.com.br

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

ORGULHO? DE QUÊ?

MAS UMA PARADA GAY SE PASSOU. MAS UM RECORDE DE PÚBLICO. MAS UM DIA DE FESTA. E EU PERGUNTO: SERVIU PARA ALGUMA COISA? ACHO MUITO BOM QUE A PARADA LOTE DE PESSOAS, E QUE CADA VEZ SE VEJA MAIS HETEROS, SENHORAS, CRIANÇAS EM PROL DA CAUSA GAY. O QUE NÃO PODEMOS É NOS ESQUECER QUE ELA TEM UM PROPÓSITO E MUITA GENTE LUTA POR ELA O ANO INTEIRO. MUITA GENTE ACHA QUE A PARADA SERVE DE PASSARELA PARA MOSTRAR O GAY QUE SE REVELA A NOITE DAS BOATES GLBT. A PARADA SERVE PARA REVELAR O BELO QUE SE ESCONDE NESSAS CASAS. E QUANDO EU FALO EM BELO, NÃO FALO EM TRANS QUE É “UMA MULHER PERFEITA” OU O “GO GO BOY SARADO E BEM DOTADO”, FALO DOS ARTISTAS QUE INVESTEM PARA SE PRODUZIREM E SÃO ADMIRADOS UMA VEZ AO ANO E DEVIAM SER APLAUDIDOS TODOS OS DIAS. ISTO É JUSTO? UM DIA DE GLÓRIA? SÓ POR UM DOMINGO? TEM GENTE QUE LEVA A PARADA COMO SE FOSSE UM DIA DE CURTIÇÃO E DOIDERA, FOI POSSÍVEL NOTAR MUITA GENTE BEIJANDO TODO MUNDO, BEIJA UM, BEIJA DOIS, BEIJA EM TRÊS... ISSO QUANDO AS PESSOAS NÃO ERAM VISTAS TRANSANDO NO MEIO DO POVO E EMBAIXO DA BANDEIRA DO ARCO-ÍRIS. SEM PRECONCEITOS, ACHO QUE VI TANTOS HETEROS QUANTO GAYS APRONTANDO ESTE ANO, TUDO BEM DIREITOS IGUAIS, MAS É PRECISO QUE SE COMPREENDA QUE SÓ TEMOS UM DIA, E CLARO QUE NÃO SOMOS SANTOS, TAMBÉM NOS DEIXAMOS LEVAR E FICAMOS “A FLOR DA PELE”. SÓ UM DOMINGO, E AS PESSOAS SE APROVEITAM DE QUE COMO TUDO É UMA GRANDE FESTA, PARA PODER LIBERAR SEUS HORMÔNIOS E ATACAR A PRIMEIRA BOCA, OU ATÉ PIOR, A PRIMEIRA ROLA QUE SE VÊ NA FRENTE! É O QUE FAZEM DO NOSSO DOMINGO. É PARA ISSO QUE SERVE O NOSSO DIA? ACHO QUE A PARADA PAROU DE TER SENTINDO. PASSOU A SER MAIS UMA DATA COMERCIAL, ONDE SE CONSOME TUDO A UM CUSTO ELEVADO, HOTEIS DA PAULISTA QUE O DIGAM. E OS POLÍTICOS? USAM OS NOSSOS CARROS, OS NOSSOS MICROFONES PARA VOMITAR SEU DISCURSO BARATO E MENTIROSO, E ACREDITE QUE MUITA GENTE AINDA VOTA NELES VIU? SÓ POR QUE UMA VEZ CRIOU UM PROJETO DE LEI PÍFIO E INÚTIL, MARTA, POR EXEMPLO, LIBEROU O AUTORAMA, NO IBIRAPUERA. PARA OS GAYS. DEVEMOS DISCUTIR A POSSIBILIDADE DE SE PENSAR EM VOTAR NA CONSOLIDAÇÃO DA UNIÃO CIVIL ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO, OU NO TRATAMENTO JUSTO PARA AQUELES QUE QUEREM FORMAR UMA FAMILIA E ADOTAREM UMA CRIANÇA, QUEM SABE NA LUTA POR UMA LEI MAIS ENÉRGICA NO QUE DIZ RESPEITO À HOMOFOBIA, QUE BOM SERIA SE ELES FIZESSEM MAIS E FALASSEM MENOS. ESTE SERIA O PROPÓSITO DA PARADA, OU NÃO? PARA MIM, A MAIOR VANTAGEM DA PARADA FOI PODER ANDAR DE MÃO DADA COM MEU NAMORADO E BEIJÁ-LO SEM CULPAS, SEM TEMER NADA, É TÃO BOM SE SENTIR CIDADÃO, PENA QUE É SÓ POR UM DOMINGO!! OUTRO DIA ESTAVA COM MEU NAMORADO EM UM TERMINAL DE ÔNIBUS ESPERANDO O NOSSO CHEGAR, E NÃO LEMBRO DE ESTAR FAZENDO NADA DEMAIS, SÓ ABRAÇANDO E BEIJANDO CARINHOSAMENTE (DIGA-SE PASSAGEM, SEM OS EXAGEROS QUE PRESENCIAMOS ÀS VEZES DE CASAIS DITOS “CONVENCIONAIS”) QUANDO UM RAPAZ VEIO ATÉ NÓS E FALOU QUE NÓS ESTÁVAMOS “QUEIMANDO O FILME”, QUE HAVIA MUITO PAI DE FAMÍLIA ALI E DEIXOU CLARO EM UM TOM MUITO CORDIAL QUE SE NÃO PARASSEMOS “OS CARA” IAM TER QUE INTERVIR! NUNCA ME SENTI TÃO INVADIDO NO MEU ESPAÇO E TÃO DESRESPEITADO EM MINHA VIDA. E O QUE MAIS ME REVOLTOU FOI QUE ENQUANTO EU SIMPLESMENTE NAMORAVA COMO QUALQUER OUTRO CASAL FAZ, A PEGAÇÃO ROLAVA SOLTA NO BANHEIRO, HOMENS DE TODA IDADE E DE TODO JEITO FICAM HORAS NO MICTÓRIO, DE PAU DURO SE ROÇANDO E SE OLHANDO NA MAIOR BAIXARIA, E ISTO É TIDO COM NORMALIDADE POIS OS HETEROS QUE POR ALI PASSAM , FECHAM OS OLHOS E FINGEM QUE NÃO VEÊM NADA, PORQUE PARA ELES ESSE É LUGAR DO HOMOSSEXUAL, ESCONDIDO, LONGE DA VISTA DOS “PAIS DE FAMÍLIA” E DOS “CARA” TEM QUE IR PARA O BANHEIRÃO, PARA O PARQUE A NOITE, E O PIOR QUE MUITOS DE NÓS ACEITAM ESTA CONDIÇÃO. LAMENTÁVEL! ACEITAMOS TER APENAS UM DIA DE TRÉGUA, SÓ UM DIA? MERECEMOS E TEMOS DIREITO A MAIS, NÃO BEIJO MEU NAMORADO EM PÚBLICO PARA CHOCAR OU INCOMODAR NINGUEM, FAÇO ISSO POR QUE O AMO. NAQUELE DIA, NO TERMINAL, FOMOS ADVERTIDOS POIS NÃO ESTÁVAMOS NO NOSSO DOMINGO! PENA SER SÓ UM DIA! CRIADO EM JUNHO 2008

Feliz Natal

Feliz natal para todos que lerem esse texto. Mesmo que estes, assim como eu, reflitam qual é o real sentido desta data. Se perguntarmos a uma criança qual é o sentido do Natal, ela ficaria pensativa e depois falaria sobre Papai Noel, presentes... Para os adultos, a ceia, o amigo secreto... Para os mais espiritualistas o nascimento de Jesus Cristo é o fato que mais marca a data, cuja celebração é regada à pão e vinho... Para os carentes, é uma oportunidade de reunir todos aqueles que se ama... Enfim, qual seria o sentido do Natal? Para mim é tudo isso, pois não se faz o Natal só para as crianças, ou só para os espiritualistas, nem mesmo só para os carentes. Natal é a união de todos os gostos e estilos, no Natal aturamos aquele parente de quem ficamos distantes, por livre e espontânea vontade durante todo o ano. Pelo menos uma vez por ano encontramos aquela pessoa e por um momento somos capazes de desejar coisas boas para ela através de um abraço. Talvez por este motivo tanta gente fuja do Natal. Umas preferem passar sozinhas, outras ficam tristes porque sabem que vão ter que acertar as contas com essas pessoas, é inevitável! Percebem que todo Natal tem pelo menos uma briga na família? Briga abençoada e necessária para que as pessoas entendam onde estão errando ou pontuar o que lhe incomodam. Natal é tempo de tolerância, mesmo que esta machuque. Só uma dúvida e peço que você reflita: é preciso mesmo uma data específica para concretizar tudo o que eu disse acima? Digo para as crianças que, brinquedo e presente, podem se ganhar qualquer data do ano... Só não vai ter gostinho de Papai Noel. Digo para os adultos que cear e reunir os amigos podemos todos os dias do ano... Porém não devemos nos esquecer daqueles que julgamos indesejáveis. Digo para os espiritualistas que Jesus nasce todos os dias, dentro de nós... E fala através de nossos atos todos os dias. E para os carentes digo que não desistam de tentar... Pois não há vitória sem luta! Feliz Natal, seja qual for o sentido dele para você.

Todos dizem: Eu te amo!

Você já refletiu sobre o impacto que a frase “eu te amo” traz para nossas vidas? Temos que entender que encanto não é amor e amor não é encanto, amor é algo muito mais profundo. E encanto acaba... Geralmente dizemos esta frase quando estamos encantados por alguém, e aí está o perigo. Ás vezes, o que vivemos em um determinado momento ao lado de alguém, é tão satisfatório que dizemos o “eu te amo” porque acreditamos que o simples fato de mencionarmos esta frase vai garantir que aquela pessoa esteja ao seu lado para sempre (ou até você se enjoar dela). Mas esquecemos de nos perguntar se desejamos aquela pessoa realmente do nosso lado para sempre. Pode soar um pouco imaturo imaginar que uma simples palavra vai prender a pessoa amada ao seu lado, mas o peso de um “eu te amo” deve ser analisado com outros critérios. Nos dias de hoje, quem é amado de verdade? Quem casa? Quem junta? Agora me diga: Quem vive em relacionamento aberto? Quem fica? Você pode não concordar, mas o “eu te amo” muda e muito as coisas. Existem também aquelas pessoas que necessitam da frase “eu te amo” para se sentirem confiantes, para mostrar que são capazes de conquistar alguém, ou até mesmo para não se sentir só, mesmo que este alguém seja um qualquer. Esta palavra serve de suporte para que as pessoas mostrem que apesar de seus defeitos, são amadas. Mas isso não quer dizer que amam... Existem os vulgares que não sentem nada por ninguém, mas enchem a boca com o “eu te amo” só para tirarem uma onda, e há quem caia viu? Não se engane com os bonzinhos, todos mundo tem dois lados. E há aqueles que simplesmente se enganam, não prestam atenção no que estão sentindo de verdade e acabam iludindo outros... Fracos os outros? Talvez, mas o que seria do “a flor da pele” se não fosse o “pé no chão”? Muita atenção para o que eu vou pedir agora, e tomem cuidado para não me entender mal. Não diga nunca “eu te amo”! Esta palavra só pode ser dita quando amamos até o defeito mais ordinário de uma pessoa, e leva tempo, muito tempo para se amar defeitos, que dirá lá os mais ordinários. Tenha sempre em mente se você é mesmo capaz de traduzir o que sente, e tente amar com atitudes e ações, esta maldita palavra não precisa ser dita quando o amor fala através dos nossos atos.

"C.R.A.Z.Y.Loucos de amor"

Uma viagem ao cenário musical dos anos 60, 70 e 80, mesclada cronologicamente com a trajetória de um jovem canadense chamado Zac, assim é C.R.AZ.Y. – Loucos de amor. Ao som de grandes nomes do glam rock da época como David Bowie, Rolling Stones e Pink Floyd, o drama psicológico do diretor canadense Jean-Marc Vallée, levou nada mais do que dez anos para ser roteirizado, e foi baseado na infância do musico do mesmo país François Boulay, que também ajudou no processo de elaboração do filme. O titulo foi escolhido, para fazer um jogo de palavras que remete aos irmãos do rapaz: Christian, Raymond, Antoine, Zac e Yvan, fazendo uma alusão a sua musica predileta de seu pai, Gervais, Crazy –de Patsy Cline aqui mais conhecida na voz de Julio Iglesias. A saga de Zac é contada de maneira alucinante, mostrando sua infância marcada pela perda repentina da amizade de seu pai, atravessando sua adolescência e juventude conflitante em relação a sua sexualidade e resultando em uma maturidade plena. O filme nos transporta a um universo cada vez mais enigmático, que é o do auto conhecimento. Mostra como somos influenciáveis pelo pré-julgamento alheio deixando de viver como queremos e ser como somos por causa dos estilos de vida pré-determinados pela sociedade. Apesar da estória do personagem central se passar principalmente em meados dos anos 70, é ainda tabu entre a grande maioria das pessoas. Zac assim como muitos amigos e conhecidos meus, amava imensamente o pai, amava a ponto de se anular perante sua própria verdade. O filme nos mostra que o grande problema em se viver a vontade do outro, é comprometer a felicidade de outras pessoas com essas mentiras. No filme, em sua adolescência Zac namora Isabelle, que apaixonada de uma hora para outra se vê diante de uma dura realidade. Quantas serão as “Isabelle” espalhadas por ai? Quantas mulheres não se vêem envolvidas, enamoradas e muitas vezes casadas com completos desconhecidos? E quantos não são os homens que se deixam levar pelas aparências enganando as pessoas e corrompendo-se? E até que ponto vai a responsabilidade deles perante essas situações? A questão chave para compreendermos é mostrada no filme, este tipo de situação esta fundamentalmente ligada a questão cultural do ambiente em que cada um vive. No filme, Gervais, pai de Zac, tem uma imagem deturpada da relação afetiva entre dois homens, infelizmente na vida real não é diferente. Essa imagem inevitavelmente é passada para os filhos gerando um ciclo de intolerância e desrespeito à diferença. E mesmo mais de trinta anos depois, a mentalidade em relação ao tema não é diferente. O filme mostra que é necessário que haja uma reinvenção de valores, que se olhe com mais respeito aos que se difere de nós pelo modo de se pensar e agir, é extremamente necessário que isso seja passado de pai para filho, mas que haja um pensamento individual para cada um, sem medo de transmitir as crianças que é normal ser gay, lésbica, comunista, neoliberalista, hippie, kardecista... Zac o herói do filme, conseguiu libertar-se da couraça do preconceito a tempo de reconstruir sua vida e reconquistar a muito custo o carinho do pai. Mas quantos ainda se enclausuram com medo do pai, do avô, do vizinho, e acabam mentindo para si e para os outros, causando feridas bem mais profundas do que as do próprio orgulho?